11/10/11

OS BONS COSTUMES - CONTRIBUTO PARA O SEU ESTUDO (II)

(continuação da I parte)

As conclusões a fazer sobre o modo com que esta Crónica emprega "bons costumes" é simples, muito directa.

Os bons costumes podem perder-se por influência das más companhias, adquirindo os maus costumes. Os bons exemplos, que por obras e palavras, podem ajudar a que alguém retorne aos bons costumes que perdera.

Noutro caso apresentado vemos que os pais, desde cedo, devem educar os seus filhos nos bons costumes e que quando a criança chega à idade de 10 anos costuma estar mais vulnerável e adquirir maus costumes por causa da malícia. A moral e a prática da virtude são inseparáveis dos bons costumes. Estes adquirem-se, devem ser conservados, são também transmissíveis. Os Prelados devem, portanto, e como vimos, obrigar aqueles que estão sobe seu cuidado a guardá-los.

No séc. XVIII os bons costumes tinham-se desenvolvido até nas coisas mais detalhadas. Isso implica um uso de modos com profundo significado para com Deus e para com os outros (social). Tais modos, de geração em geração, foram-se dispondo ordenadamente segundo as virtudes, o bem, e por isso se chamam "bons costumes". De modo geral acabam ser uma marca da civilização cristã, ao ponto de se tornarem  normativa que, infelizmente, hoje apenas é olhada sem a sua relação com a fonte de onde provêm: o bem e a virtude católica.

Veja-se o mesmo tema mais neste aspecto social-estadual, no séc. XVIII:


“Suplemento da Gazeta de Lisboa” 

(nº V – 1787)
Anúncio:

"S. Magestade acaba de conceder um Privilégio exclusivo ao Traductor da Escola dos bons e honrados costumes, e da Civilidade, o que torna esta obra sumamente recomendável, e a mostra útil ao Público, e interessante principalmente à Mocidade. Vende-se ao pé do armazém militar, e Tesouraria, na rua direita de Cedofeita, na cidade do Porto."

(nº VI - 1787)
PARIS
15 de Janeiro:

"O Parlamento congregado, tendo ido na forma do costume a Versalhes no princípio do ano, denunciou ao Rei a nova Escola de Lyceo desta cidade, como um lugar em que se pronunciam discursos sediciosos, contrários aos bons costumes, e próprios para perturbar a ordem pública. Respondeu-se-lhe que se cuidaria em reprimir as indiscrição da Filosofia; mas até agora não tem havido maior novidade a este respeito da parte do Governo."

(continuação, III parte)

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