07/03/12

DOUTRINA CATÓLICA SOBRE O PAPA (II)

(continuação da I parte)

Paulo VI com o grupo dos 6 teólogos protestantes que ajudaram a fabricar a nova  missa
Houve Papas que pronunciaram erros de Fé ou de Moral, contudo são poucos e em casos excepcionais, e, realmente, desde o Concílio de Trento (1545-1563) até ao início do Concílio Vaticano II, os Romanos Pontífices foram um monumento de solidez doutrinal, ainda que em questões donde não usaram a sua prerrogativa de infalibilidade, formando-se a sensação entre os fiéis de que nestes assuntos o Papa era sempre infalível. Mas, segundo os doutores da Igreja, santos, teólogos universalmente acreditados por séculos, opõem-se frontalmente a essa tal sensação e autoriza e recomenda a resistência ao Papa em vários casos. Cremos que o "espírito de obediência" obriga a recorrer a eles quando se trata destes temas tão espinhosos  e difíceis. Não esqueçamos que, ao conferir o título de "Doutor de Igreja", o Romano Pontífice atribui categoria de mestre da doutrina católica ao santo que o ostenta. Com a canonização, a Igreja propõe o santo como modelo de virtudes, cuja conduta recomenda seguir para alcançar a salvação eterna.

S. Bruno, Bispo de Segni, opôs-se ao Papa Pascual II que havia cedido ao imperador Henrique V na questão das investiduras, e escreveu-lhe: "Eu vos estimo como ao meu Pai e senhor [...] Devo amar-vos; mas devo amar mais àquele que vos criou a vós e a mim [...] Eu não louvo o pacto [feito pelo Papa] tão horrendo, tão violento, feito com tanta traição, e tão contrário a toda a piedade e religião" (Carta escrita em IIII. Citada pelo R. Pe. J. Campos Sch, P., em "S. Bruno de Segni e Pascual II", ROMA, nº 37, págs. 19 a 20)

No sínodo provincial de 1112, com assistência e aprovação de S. Hugo de Grenoble e S. Godofredo de Amiens, foi enviado ao Papa Pascual II uma carta, onde se lê: "Se tal como em absoluto não acreditamos, escolhereis outra via, e vos negareis a confirmar as decisões da nossa paternidade, valha-nos Deus, pois assim nos estareis afastando de vossa obediência" (Citado por Bouix. "Trat. de Papa", tomo II, pág. 650. Ver também Hefele-Leclercq, tomo V, part. I, pág. 536; Rohrbacher, "Histoire Universalle de lÉglise Catholique", tomo XV, pág. 61)

(continuação, aqui)

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