26/04/12

A VERDADE E O EVOLUCIONISMO (I)


"A ciência deve, portanto, começar com a crítica aos mitos" (Karl Popper)

Traduzi e transcrevo o texto de um livrete do Prof. DR. Raul Leguizamon:

"Os dogmas de Fé são muito difíceis - senão mesmo impossíveis - de refutar com argumentos científicos [científico-positivistas]. A história da humanidade testemunha-o bem.

Os nossos tempos não escapam certamente a esta regra, já que na actualidade, como em todas as épocas, uma boa quantidade de pessoas continua acreditando obstinadamente em coisas não apenas desprovidas de todo o fundamento científico, mas, sobretudo, que estão em franca contradição com o conhecimento científico que possuímos hoje.

Para dar um exemplo, entre centenas, do que foi dito, referir-me-hei à insólita crença actual de muitos - curiosamente, muitos deles cientistas - de que o homem descende do macaco. Sim, sim: Macaco. Tal e qual.

Porque há de saber-se que o tão banal "antecessor comum" do homem e do macaco, de quem dizem muitos cientistas e divulgadores, não é nem pode ser outra outro que o macaco. O suposto "antecessor comum" seria chamado certamente macaco por quem quer que o avistasse, afirmava o ilustre paleontólogo da Universidade de Havard, Georg G. Simpson. É pusilâmine senão desonesto, dizer outra coisa, acrescentava Simpson. É desonesto, acrescento eu.

De tal forma que todos os esforços dos antropólogos e investigadores do tema, não se dirigem, em absoluto, a elucidar, objectivamente e sem prejuízos, de qual modo foi originado o homem, mas sim de como o macaco o formou.

Em outras palavras: o postulado das nossas origens simiescas é uma convicção da qual se parte, e não uma conclusão à qual se chegue.

Ora bem, esta convicção, que muitos cientistas e divulgadores sustêm encarniçadamente (ao ponto de mostrá-la ao público como um facto científico e demonstrado!), é - por definição - algo que está fora do campo da ciência experimental, que se fundamenta, precisamente, na observação e reprodução experimental do fenómeno sobre estudo. Coisas evidentemente impossíveis neste caso.

Assim, e respeitando um pouco o significado das palavras, esta crença na origem do homem a partir do macaco, é apenas uma hipótese de trabalho, uma suposição, uma conjectura, mais ou menos razoável, mais ou menos coerente, mais ou menos disparatada, mas sempre de carácter hipotético. Não só não demonstra, senão, ainda mais - por definição -, indemonstrável. E a ciência é demonstração.

O que a ciência [positivismo científico] pode legitimamente fazer a este respeito, é abordar o tema de forma indirecta, ou seja, examinando a suposta evidência científica que demonstraria a transformação do macaco em homem e, sobre tudo, o mecanismo que se propõe para explicar esta transformação, para ver se o dito mecanismo está em coerência ou em contradição com as leis científicas bem estabelecidas; ou , ao menos coma sensatez.

(continuação, II parte)

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