31/03/12

DA BENÇÃO E PROCISSÃO DOS RAMOS (III)

DA BÊNÇÃO, DISTRIBUIÇÃO, E PROCISSÃO DOS RAMOS NO SEXTO DOMINGO DA QUARESMA
(continuação)

Altar lateral, na igreja de S. Francisco - Porto (Portugal)
"O Turiferário com o turíbulo, e o Naviculário com a naveta descerão ao plano ante o meio do Altar, para irem a seu tempo diante da Cruz processional. O Credenciário dará a Palma do Celebrante ao Diácono, e este com ósculos ao Celebrante, e tomará a sua Palma pela mão do mesmo Credenciário. O Subdiácono tomará a Cruz processional, e como ela no meio dos candelabros irá situar-se junto aos cancelos no princípio do Coro com o Turiferário, e o Naviculário. Então o Diácono posto detrás do Celebrante, e reverenciando a Cruz, se voltará para o povo sobre o seu lado direito, e cantará Procedamus in pace, como adiante se diz, e se voltará para o Altar, sem fazer reverência. Respondido pelo Coro In nomine Christi, Amen, então, e não antes, se voltará o Celebrante sobre o seu lado direito para o mesmo povo, e o Diácono sobre o seu lado esquerdo; e descendo ao inferior degrau, o Credenciário dará o barrete ao Diácono, e este ao Celebrante, e aquele tomará o seu, que lhe dará o Credenciário.

O Mestre de Cerimónias ordenará a Procissão, indo diante o Turiferário, e Naviculário, (que lançará incenso no Turíbulo, quando for necessário) seguir-se-há o Subdiácono, levando a Cruz entre os candelabros com as velas acesas, e nenhum dos sobreditos levará Ramos nas mãos, deixando-os ficar na Credência. Irão depois alguns do Coro de dois em dois, em distância de quatro passos, logo os Cantores do Gloria laus, e dois ordinários, incorporados com os [restantes] do Coro, depois o restante dos Eclesiásticos, todos com os Ramos da parte de fora inclinados ao ombro, e os livros da parte de dentro; ultimamente o Celebrante coberto de barrete com o Diácono, e este à sua mão esquerda, sem lhe elevar a extremidade do Pluvial, ambos com os Ramos nas mãos direitas reclinados ao ombro, e as mãos esquerdas encostadas ao peito. Depois do Celebrante irão os Nobres, e o mais povo dom os Ramos, se houver Irmandades, irão por sua ordem, antes do Clero, com os Ramos nas mãos.

Todos os do Coro ao sair dele, de dois em dois, reverenciarão o Altar, o Celebrante, e uns aos outros, e irão saindo com boa ordem, cobrindo as cabeças, se usarem de barretes, o que se entende só dos Graduados, como usam dos Cónegos; pois os que o não forem não se devem cobrir na Igreja,nem ainda o Diácono, senão só o Celebrante.

Os Cantores ordinários, logo que principiar a Procissão, entoarão a primeira antífona Cum appropinuares, que prosseguirão os que forem caminhando, e as mais antífonas, se for necessário. Em quanto dura a Procissão até entrar na Igreja, se dobrará o sino, e depois se tocará à Missa.

Chegada a Procissão à porta da Igreja, irão os Cantores destinados para dentro dela, cuja porta fecharam, ficando ali juntos da parte de fora, o Turiferário, e Naviculário, voltados um para o outro; o Subdiácono com o Crucifixo, ainda que coberto, virado para o Celebrante, e com as costas apara Igreja entre os candelabros, voltados um para o outro, os do Coro em duas alas, ou em giro de rosto para a Cruz, e o Celebrante no seu mesmo lugar, entrando só ele coberto.

Igreja de Jesus, em Coimbra (Portugal)
Os Cantores dentro da Igreja estarão junto à porta de uma, e outra parte, sem darem as costas ao Altar, e descobertos: cantarão os primeiros versos Gloria laus, e acabados eles, o Celebrante com os que estão de fora repetirão os mesmos dois versos, Depois os Cantores de dentro cantarão os versos, que se seguem, repetindo sempre os de fora o verso Gloria laus, até o Hosanna pium, e se dirão todos, ainda que a Rubrica do Missal permita [que] se cante parte deles."

(terá continuação)


30/03/12

O BRASÃO PELO QUAL SE PODE ORAR XCV


DA BENÇÃO E PROCISSÃO DOS RAMOS (II)

DA BÊNÇÃO, DISTRIBUIÇÃO, E PROCISSÃO DOS RAMOS NO SEXTO DOMINGO DA QUARESMA
 (continuação)

Igreja do Convento de Nossa Senhora da Encarnação, Lisboa
"O Celebrante, lida a Epístola, (à qual reponderá o Diácono Deo gratias) continuará com o Gradual; e depois de lhe oscular a mão o Subdiácono, se voltará um pouco para a Cruz do Altar, no mesmo lugar em que está, e dirá inclinado o Munda cor meum, Jube Domine benedicere: lerá o Evangelho, e o não osculará no fim.

O Diácono, em quanto o Coro canta o Gradual Collegerunt, ou o que se segue In monte Oliveti, (cantando-se um ano um, e outro ano outro) irá à Credência depor a Planeta, e pôr a Estola larga sobre a commua; e tomando o livro dos Evangelhos, o porá no meio do Altar, irá para o lado direito do Celebrante, o qual permanecendo no mesmo lugar virado para a parte da Epístola, fará incenso com bênção, e depois se voltará para o lado do Evangelho.

Irá logo o Diácono ao meio do Altar, onde de joelhos dirá o Munda cor meum, e logo posto em pé, tomará o livro, pedirá a bênção, e fará tudo o mais como nas Missas solenes. Acabado o Evangelho, o Subdiácono, depois de o dar a beijar ao celebrante, o entregará a quem o acompanhou, e também o Manípulo: O que assim mesmo fará o Diácono depois de incensar ao Celebrante, indo à Credência, onde deporá a Estola larga, e tomará a Planeta, e ambos irão assistir ao Celebrante, o Diácono à direita, e o Subdiácono à esquerda.

O Celebrante voltado para o Missal com as mãos levantadas, dirá: Dominus vobiscum, e a Oração Auge fidem em tom ferial, sem tiras, nem mudar palavra alguma, sejam os Ramos do que orem. Ao fazer a Cruz sobre eles, porá a mão esquerda encostada ao peito, cantará o Prefácio sem apertar as mãos, e dirá no fim com submissa voz: Sanctus, Sanctus, inclinado com os Ministros, que para este efeito cegarão a tempo, devendo estar, segundo ordena a Rúbrica, detrás do Celebrante, em quanto ele canta o Prefácio; e ao dizer o Benedictus, qui venit, se benzerão todos, e aí ficarão. Continuará o Celebrante as cinco Orações, finalizando as de fá a ré: e concluídas, porá incenso, fará aspersão, e incensará os Ramos, sem proferir cousa alguma mais, que Asperges me Domine, etc. sem canto, nem Salmo, ao lançar nelas a água benta: e logo voltado para o Missal, dirá a última Oração como as outras, também com as mãos levantadas.

Acabada esta Oração, procederá o Celebrante com os Ministros para o meio do Altar, onde feita a devida reverência, se voltará para o povo, ficando o Subdiácono à direita, e levanto-lhe a extremidade do Pluvial, e o Diácono à esquerda para lhe ministrar os Ramos, osculando-os somente, excepto se os distribuir o Prelado; que então sempre lhe osculará também a mão, recebendo-os primeiro de um Acólito, sem ósculo.

Chegado que seja o mais digno do Coro, receberá esta do Diácono a melhor palma, (sem ósculo) estando em pé, e a dará ao Celebrante, osculando-a primeiro: o qual osculando-a logo depois de a receber, a dará ao Credenciário, para que a ponha na Credência commua. E o Celebrante recebendo do Diácono outra palma, e osculando-a, dará ao mais digno, que a tomará, estando em pé, com ósculo da palma, e da mão, se as distribuir o Prelado.

Entrando logo o Celebrante a distribuir os outros Ramos, começará primeiro pelos Diáconos, (que havendo recebido as suas Palmas, as entregarão também ao Credenciário) passará depois aos do Coro, e ultimamente ao povo no lugar dos cancelos, observando a mesma ordem que dissemos na distribuição das Cinzas: e estando todos advertidos para oscularem primeiro o pé do Ramo, e depois a mão do Celebrante. Se for frande a multidão do povo, o Sacristão com Cota, e Estola roxa os poderá repartir em outro Altar; e não consentirá que as mulheres lhe dêm osculo na mão, mas somente no Ramo.
Igreja dos Anjos, Lisboa
Tanto que se começar a distribuição dos Ramos, se contarão as Antífonas Pueri Hebrorum, etc que se poderão repetir muitas vezes, enquanto durar a repartição. E os Cantores com os do Gloria laus irão a tomar as suas Cotas antes de concluída a distribuição, e tornarão para o Coro.

Acabada a distribuição dos Ramos, o Celbrante com os Ministros se voltarão para o Altar, reverenciarão a Cruz, e se apartarão para o lado da Epístola, onde o Celebrante lavará as mãos com o miolo de pão: e logo cantando ali a última Oração no mesmo tom das outras, irá para o meio do Altar, e fará incenso, como é costume."

(Terá continuação)

O BRASÃO PELO QUAL SE PODE ORAR XCIV


MANUAL DA LIGA ANTI-MAÇÓNICA (IX)


IV
OPORTUNIDADE DESTA LIGA

"Será oportuno na época em que estamos, na hora presente, nas circunstâncias actuais começar e organizar a Liga Anti-Maçónica?

É este o momento mais próprio para empreender semelhante obra. - Porque?

1ª razão: - A tão grave e tão enérgica Encíclica do Soberano Pontífice acaba de despertar a atenção de todos os católicos e de todos os homens sérios sobre os males das sociedades secretas; ela mostrou o inimigo da Igreja e da sociedade em toda a sua potência e em toda a sua perversidade; excitou os pastores e os fiéis, os príncipes e os povos a combater este inimigo. Graças a este impulso todo o crente, todo o espírito honesto se acha pois predisposto a lançar mão do meio que lhe oferece a Liga de combater eficazmente o inimigo assinalado.

2ª razão:  - Diante dos perigos que ameaçam a sociedade, toda a gente honesta sente mais que nunca a necessidade da união. Que momento mais oportuno, pois, de unirem, ao menos neste combate contra o inimigo comum, contra este inimigo que se descobre cada vez mais e que se gloria, até em voz alta, de governar tudo de agora em diante do fundo de suas lojas? nada de divisões possíveis neste terreno: a maçonaria é o inimigo para todo aquele que a reconhece como tal ou crê na Igreja.

3ª razão: - As sociedades secretas estendem-se e ganham cada vez mais terreno; se se tarda a formar uma organização contra elas, a luta se tonará mais difícil e talvez impossível para bem do país; tanto mais que a Encíclica do Sumo Pontífice sobreexcitou a actividade das mesmas: - "O apelo desastrado do Pontífice Romano", dizem os mações, "tem achado até aos confins mais remotos do mundo católico; ao nosso brado de guerra: - O clericalismo, eis o inimigo - O Papa respondeu: - Eia! sus! contra a Maçonaria? A luta está travada, luta sem tréguas nem mereçê; é mister que em toda a parte onde apareça o homem negro  [sacerdote] apareça o mação; é necessário que onde se levantar a cruz em sinal de domínio levantemos a nossa bandeira em sinal de liberdade." (Palavras recentes do Ir:. Deunons, em Valenciennes).

A nós, pois, a nós todos os amigos desta Cruz que civilizou e salvou o mundo toca não nos mostrarmos menos ardentes para o bem do que os nossos adversários o são para o mal, sob pena de sempre esmagados."

(Leia aqui a continuação)

DA BENÇÃO E PROCISSÃO DOS RAMOS (I)

DA BÊNÇÃO, DISTRIBUIÇÃO, E PROCISSÃO DOS RAMOS NO SEXTO DOMINGO DA QUARESMA

Igreja do Convento da Madre de Deus, Lisboa
"Neste dia se adornará o Altar mor com frontal roxo: e assim nele, como em todos os mais da Igreja, se colocarão entre os castiçais damos de palma, ou de oliveira, ou de outra árvore. No lado da Epístola junto do Altar estará segunda Credência, sobre a qual se hão de pôr os ramos, com os pés voltados para a porta da igreja, adornados com flores, e com pequenas cruzes, feitas das folhas dos mesmos ramos, (sendo sempre os mais preciosos para o Celebrante, Prelados, Diáconos, e Dignidades) tudo coberto com véu roxo, ou toalha branca até à hora de se benzerem.

Na Credência comum, além dos preparados para a Missa maior, se porá a caldeirinha com água benta, e um prato com miolo de pão. Da mesma parte da Epístola se porá a Cruz processional com véu appenso[?] roxo, sem que o dito véu tenha imagem.

Na Sacristia, além dos paramentos roxos, e Cotas para os Acólitos e Cantores ordinários, haverá mais duas, ou quatro para os Cantores do Glória laus, e mais três para os Acólitos que têm de acompanhar os três Diáconos da Paixão, para os quais estarão prontos Amictos, Alvas, Cíngulos, Manípulos, Manicas, Quadrados, Estolas comuns, Estolas largas, e o livro da Paixão com cobertura roxa, como também barretes para os Ministros do Altar, e para os três da Paixão.

Depois da Terça (para a qual se tocará os sino às nove horas) se fará a Aspersão da água benta pelo Celebrante, se este não for o Prelado, ou Padre da Província; porque em tal caso a fará o Padre da semana, usando de Cota, e Estola pendente sem Pluvial, acompanhado de um Acólito com a caldeirinha. E no mesmo tempo se fará no Coro alto pelo Hebdomadário, (também com Cota, e Estola) se ainda lá estiverem os Eclesiásticos.

O Prelado Celebrante com Pluvial, acompanhado dos Ministros com Manípulos, logo que chegar ao Altar, (feitas as consumadas reverências) o osculará; e passando para a Missa, rezará sem se benzer a Antífona Hosanna filio David, a qual cantará o Coro; e acabada ela, estendendo com as mãos levantadas, dirá (sem se voltar para o povo) Dominus vobiscum, e a Oração Deus quem diligere em tom ferial, que é em voz direita. Os do Coro estarão sempre em pé, voltados para o Altar, e só podem sentar-se em quanto se diz a Lição, cobrindo-se com os barretes, e não com os capelos. Os que cantarem o Gradual à estante, estarão em pé, e os [restantes] sentados, mas descobertos.

O Subdiácono, em quanto se diz a Oração, irá depor a Planeta na Credência; e tomando o livro, irá, feitas as devidas reverências, cantar a Lição em tom de Epístola, acompanhado do Credenciário, ou do segundo Mestre de Cerimónias, se o houver. Depois osculará a mão ao Celebrante, dará o livro, receberá a sua Planeta, e tornará a situar-se à esquerda do mesmo Celebrante, descendo ao plano entre o lado do Evangelho, e meio do Altar, onde esperará pelo Diácono."

(Terá continuação)

O BRASÃO PELO QUAL SE PODE ORAR XCIII


29/03/12

HÁ QUE PURIFICAR A HISPANIDAD

Há "hispanidad" e "hisspanolatria" (este é o nome que um amigo argentino usa para designar aqueles adeptos que rebaixam a hispanidad ao nível de certos erros exaltados e equivocadamente patrióticos). Muitos sem culpa e outros com culpa, os adeptos da hispanidad transmite o que lhes ensinam. Há destes alguns que até chegam a Cardeais:

"A América é a obra da Espanha. Esta obra de Espanha é essencialmente de catolicismo. Logo há relação de igualdade entre hispanidad e catolicismo, e é loucura qualquer tentativa de hispanização que o repudie [ao catolicismo]... A história da nossa velha hispanidad é essencialmente católica, e nem hoje nem nunca poderá fazer-se verdadeira hispanidad de costas para o catolicismo." (Card. Gomá, a 12 de Outubro de 1934)

Card. Gomá

Todo o raciocínio do Card. Comá está certo... contudo assenta sobre premissas nada verosímeis ao dizer que a América é obra da Espanha (é um erro tão óbvio que não me parece que haja leitor com dificuldade em entender). Por outro lado, é certo que a hispanidad tem de estar sujeita ao catolicismo, ou seja, ela tem de ser regulada pelo pensamento católico, e Doutrina como sua grande Lei. É por isso que o Card. Gomá diz "... é loucura a tentativa de hispanização que o repudie [ao catolicismo]". É por isso que todos devemos dizer que, não sendo verdade que a América seja obra da Espanha, os adeptos da hispanidad (sobretudo os seus guias) devem por obrigação moral retirar este equívoco em vez de o propagarem cada vez mais.


Já vi e ouvi muito defensor da hispanidad sussurrando, declarando, cantando, gritando, e explodindo que a América central e do sul é a América Hispânica no sentido de "América Espanhola". Legitimando a usurpação que Isabel de Castela fez do nome de todo o território da Península Ibérica (Hispania, Hespanhas...etc.), atribuem erradamente ao nome "Hispânica" o significado de "espanhola" (de Espanha, nação, e não de Espanhas ou Hispania no sentido de toda a península). Esta gente cai no mesmo erro usurpador da própria rainha a qual elevam incrivelmente como santa e mãe de quase todas as maravilhas... (sobre isto já ouvi puro fanatismo que levaria à repugnância a qualquer desavisado).


Ouvi dizer a um desses inflamados da hispanidad inverosímil, e era um sacerdote, que os Jesuítas são uma obra espanhola (tentando justificar que, tendo o Brasil sofrido uma parte significativa da Evangelização por mão jesuíta, seria o Brasil praticamente castelhano...eles bem tentam...). Este muito instruído sacerdote espanhol não sabia qual tinha sido o primeiro Rei a promover o Jesuítas e a possibilitar o seu grande desenvolvimento, pois a hispanidad afinal tem ocultado todos os "inconvenientes" na instrução que dá, não fosse tal Rei português.


Apoio a ideia de hispanidad e até um determinado programa seu. Contudo, como católico, faço saber que é de MORAL que tal hispanidad não pode dizer-se católica ao mesmo tempo que não exclui de si aqueles erros que a estragam e só têm servido o vão orgulho de adeptos mais eufóricos. Tais erros não podem ser vistos como "dogmas da hispanidad" por serem uma contradição com os fundamentos católicos, e que foram referidos pelo Cardeal Gomá... há que excluir-los.

Em frente...

O BRASÃO PELO QUAL SE PODE ORAR XCII


O BRASÃO PELO QUAL SE PODE ORAR XCI


28/03/12

JUDEUS EM TERRA DE PORTUGUESES

QUE OS JUDEUS NÃO SEJAM OFICIAIS, Etc. 

"Escudeiros e quaisquer outros Senhores, grandes e honrados dos nosso Reinos, não tenham nem em suas casas, nem em suas terras, quintas e lugares, por seus Vedores, Mordomos, ou Recebedores, ou Contadores, ou Escrivães nenhum Judeu de qualquer condição que seja; e qualquer que o contrário fizer, se for Infante, ou Arcebispo, ou Conde, ou Mestre, ou Prior do do Hospital, ou Prior de Santa Cruz, ou Abade Bento, paqgue mil dobras de ouro; e os outros de mais pequena condição paguem quinhentas, e todo seja para nós: e o Judeu que aceitar o Ofício de cada uma das ditas pessoas, seja açoitado publicamente e haja açoites compridos.

4. As quais Leis ambas vistas e examinadas por nós, confirmamos e mandamos que se cumpram e guardem como nelas está contido." (Ordenações do Senhor Rey D. Affonso V. Livro II. COIMBRA, 1797.Pag. 499)


Isto prova que havia tentação em recorrer ao serviço de algum judeus, a ponto de ter de haver leis para o evitar. Havia certamente razões práticas, com base na crença europeia (que é católica), em manter determinado distanciamento em relação aos judeus. Muitos não saberão hoje o motivo por estarem estupidamente entupidos de contra informação sionista.

Todos os que não eram católicos (pelo menos cristãos), eram estrangeiros na Europa. Os judeus, por seu lado, consideravam de igual modo: segundo a sua crença, chamam-se a si de povo eleito de Deus, seja qual for a nação onde habitem e o povo que os acolha. Todas as ideologias opostas ao pensamento católico, ou seja, contra a Doutrina e Tradição católica são estranhas a natureza da Europa e, consequentemente, não são também portuguesas. Segundo o catolicismo, as pessoas de outras religiões podem viver no território católico, praticarem o seu culto privadamente (por exemplo numa mesquita) e não espalhando as suas ideias entre os cidadãos (podem apenas trocar tais crenças privadamente entre não-portugueses, portanto, entre os não católicos). Isto é aplicado a todas as falsas religiões, os muçulmanos também foram outra religião que viveu privadamente entre nós e, assim, também viviam cá como estrangeiros (quase sempre por tempo indeterminado). Apenas um decreto real poderia cessar a estada destes povos estrangeiros.

A palavra "homofobia" é uma invenção muito recente, errada, absurda. Muitos a aplicaram aqui, e nenhum desses sabia ou explicou o que agora achei por bem explicar.

D. AFONSO HENRIQUES EM OURIQUE - Foto


INDULGÊNCIA PLENÁRIA PERPÉTUA - COMBATE À HERESIA


"O S. P. Pio [?] concede indulgência Plenária perpétua a todas as pessoas que confessando-se e comungando visitarem a Imagem de N. Sra. da Piedade dos Aflitos que se venera nesta capela de Sto. António desde as vésperas até ao pôr do Sol do dia da Conceição [?] rogando a Deus pela união dos Príncipes Cristãos [para] extirpação das heresias e [para a] exaltação das Santa Igreja Católica."

CAPELA ÁRVORE DA VIDA !!!

CAPELA ÁRVORE DA VIDA 
(SEMINÁRIO CONCILIAR DE BRAGA - PORTUGAL)

É um lindo lugar digno de um cenário para jogos 3D, diferente, bastante original, engraçado, amarelo, "cool", arejado, e realmente consegue fugir àquele ar pesadão e ultra conservados e passadista dos típicos templos católicos. O lugar está em linha com a mentalidade que a produziu... Deus lhes perdoe por não saberem!






Escutemos os "esclarecimentos":



Entre AQUI para ver mais fotos.

27/03/12

O PODER GAY AVANÇA - O BRASIL TENTA A DEFESA COMBATENDO O ABSURDO

MANUAL DA LIGA ANTI-MAÇÓNICA (VIII)


III
NECESSIDADE DA LIGA ANTI-MAÇÓNICA

É necessário Combater a Maçonaria e UNIR-SE para Este Combate?

Depois do que se disse até aqui, torna-se da maior evidência a necessidade que tem todo o homem honrado e com mais forte motivo todo o católico em combater a Maçonaria e destruir o seu pernicioso poder.

Dizemos todo o homem honrado, porque é indigno do homem de bem tornar-se pela sua inércia cúmplice e vitima dos perversos desígnio da prepotente Maçonaria; porque é vergonhoso para todo o homem de bem abandonar os interesses mais graves à merecê dos intrigantes secretos das lojas.

É sabido demais que os maçons que estão no poder executam não já a vontade do povo, mas a palavra de ordem imposta pelas sociedades secretas.

Com mais forte razão se impõe este dever a todo o católico, porque, abstracção feita dos outros motivos, o católico deve defender o bem mais precioso, que é sua religião e sua Fé. Ora, o católico instruído pela Igreja, por todos os Sumos Pontífices que se sucederam desde Clemente XII até Leão XIII, sabe de um modo inteiramente certo que a Maçonaria pretende destruir a Fé e as virtudes cristãs na sua alma, na dos seus filhos e em todo o país. Logo o motivo mais forte e mais sagrado leva todo o verdadeiro católico a combater com todas as suas forças este inimigo da sua Fé e do seu Deus.

Dissemos também que é necessário unir-se e formar uma Liga para combater a Maçonaria, porque assim o manda o Santo Padre Leão XIII com estas palavras: "Aos violentos ataques da Maçonaria deve responder uma defesa enérgica; é mister pois que toda a gente de bem se una entre si e forme uma imensa Liga de acção e de orações."

Ademais, porque a luta individual e isolada pouco ou nada alcança contra um inimigo organizado, com seus chefes, suas reuniões e seus órgãos de publicidade. Diante deste exército do mal cada um chora e se lamenta inutilmente enquanto permanece isolado; e nada haverá mais eficaz do que uma Liga que tenha por escopo especial combater a a Maçonaria: será esta em cada país a Liga de todos os crentes, de toda a gente de bem, para sacudir o jogo das lojas.

Uma Semelhante Liga Atingiria o Seu Fim de Destruir o Poder dos Maçons?

Certamente, porque estes não são na realidade, até mesmo nos países em que dominam, senão uma ínfima minoria. Reinam pela audácia, manha, hipocrisia e ruído que fazem, assim como pela inércia de Deus adversários. Os que não querem as doutrinas ímpias e subversivas das sociedades secretas são pelo contrário a imensa maioria; deixem de parte os meios mais eficazes com que poderiam sacudir um demónio sob o qual gemem.

(AQUI, a continuação)

O NATURALISMO (3)


Todavia evitais o excesso de negar explicitamente a vida futura. Admiti-la em desejos, aspirações e linguagem; mas doutrinalmente a rejeitais. Conheceis que o nega-la em absoluto é um ataque a Deus e ao homem. Mas deixais por isso de afrontar o ser supremos, proibindo-O de sair das leis gerais deste mundo, e de modificar os seus primeiros actos, e negando-lhe o direito de mostrar às suas criaturas, já deste mundo, o fim sobrenatural que lhes destina? A natureza é Deus, o sobrenatural é também Deus. A lei geral é Deus, e o benefício particular, o favor extraordinário, Deus é também sempre. Não se compadece com a razão que Deus dê ao homem a ordem sobrenatural: que lhe dê, por gratuita bondade, mais que o pontualmente necessário à sua existência terrestre; que o beneficie com felicidade superior ao estado de simples natureza? Mas que razão há para que se desautorize Deus de tão nobres atributos para ele, e de tão favoráveis para o homem?

Negar, portanto, o sobrenatural, e ir de encontro a quanto os homens pensaram, acreditaram, e esperaram; é impugnar-lhes as mais altas aspirações, as mais poderosas faculdades, imaginação, consciência, e razão, que também fazem parte de sua natureza evidentemente. É derruir as leis de seu ser, como pretexto de as resolver. É envilecer-lhe o presente, e denegar-lhe o porvir. É secar-lhe na alma a fonte do grandioso, puro, generoso e desinteressado. É, por derradeiro, suprimir o problema para o não resolver.

Bonissimamente compreendera a força destes princípios e consequências o insigne escritor que designou “como questão capital a debatida entre os que reconhecem e os que não reconhecem ordem sobrenatural, certa e soberana, bem que impenetrável à razão do homem; questão ventilada entre o supernaturalismo e o racionalismo. De um lado, incrédulos, panteístas, cépticos de todos os feitios, e racionalistas. Do outro lado, cristãos. Os melhores de entre os primeiros deixam subsistir no mundo a estátua de Deus, se podemos empregar semelhante expressão; mas somente estátua, uma imagem, um mármore. Deus não está aí nisso. Comente os cristãos têm o Deus vivo”. (Guizot. Meditações e est. Moraes, Pref, pag. 1)

Assim como filósofo entende com referência a Deus, o intendemos com a imoralidade e vida futura!

Observação curiosa é essa da confrontação dos diversos sistemas que não admitem a verdade completa! Conformidade que lhes argue o erro, e mostra a incerteza de sua direcção, e a fragilidade de tudo que não assenta sobre bases fixas e inconcussas! Porque, observai que propriamente as escolhas, que professam doutrinas sãs e elevadas sobre outros pontos, logo que se declaram inimigos do sobrenatural, submetem-se à justa arguição de M. Guizot, como as outras que, à míngua de vontade ou força, não se elevam a considerações nem aceitam leis superiores às do mundo.

Dois sistemas, que particularmente vamos estudar, combatem hoje em dia toda a espécie de sobrenatural, e deste antagonismo fundaram doutrina. Pertencem uns ao racionalismo puro, admitem unicamente a razão como supremo fim, e, mediante uma crítica desassombrada, tocaram o nominalismo sem fundamento nem realidade. Outros, restinguem-se ao positivismo, só reconhecem concepções materiais, aplicações puramente sensíveis, e fazem da terra ponto de partida como termo único de seus esforços."

(Leia a primeira parte do texto, AQUI)

O BRASÃO PELO QUAL SE PODE ORAR XC


POSIÇÃO DA SEITA LIBERAL FACE À LEGITIMIDADE DO TRONO DE PORTUGAL

Que não se confunda a facção liberar com o pensamento liberal. A maior parte dos afectados pelo pensamento liberal nunca se declararam adeptos de uma facção liberal, por não terem suficiente conhecimento de tal facção ou por não terem conhecimento de que determinadas ideias suas ou comportamentos seus sejam  na realidade próprios ou consequência de liberalismo. Sem dúvida, é pensamento modernista aquele que apenas reconhece o "liberalismo" nas agrupamentos liberais esvaziando-o do ser e transferindo-o e conotando-o com o mais exterior das consequências do liberalismo. Em suma, o liberalismo é um problema a observar nas ideias e apenas em último lugar nas formas sociais consequentes.

Os defensores de D. Pedro IV certamente foram, e são, em maioria liberais. Eram certamente adictos liberais, portanto, partidários liberais, mesmo que a maior parte não tivessem noção de que as posições e iniciativas desse grupo só tivessem sido possíveis por beberem nos erros próprios do liberalismo (erros contra a verdade guardada no pensamento católico). Desconhecendo ou esquecendo que o erro doutrinário  tem por consequência o erro social (a acção), dizem hoje os liberais não partidários (ou até anti-partidários e/ou que nem se acham ser liberais) que o "liberalismo" seria antes um fenómeno social e político agrupado em torno de um determinado programa. Contudo, por aqueles querem distanciar-se destes, seleccionam em todos os antigos programas as alíneas que não lhes são comuns. Por outro lado omitem mais uma vez que o suposto programa não é o cerne do "ser liberal" mas sim, pelo contrário, é uma consequência história do desenvolvimento do "ser liberal".

Os tradicionais católicos que sobraram, por exemplo, olhando a panorama do mundo católico dos nossos dias, costumam dizer que o Papa x é modernista, ou que o Bispos x é modernista. Certamente que nestas afirmações espera-se haver a consciência de que tal Papa e tal Bispo nunca tenham professado categoricamente quererem aderir ao algum movimento modernista ou quererem seguir ou aprovar ideias que eles mesmo reconheçam ser modernistas. Esta margem, possibilitada pela ignorância modernista, distância entre daquilo que se faz e aquilo que deve ser feito, aplica-se a todos os que foram baptizados católicos e dizem professar o catolicismo, sejam eles na realidade modernistas ou tradicionalistas (o que implica que, em verdade, ou estão os dois errados ou, pelo menos, um deles segue uma via errada). Isto serve para salientar que também os liberais hoje, com conhecimento de que o liberalismo é mau, tendem a não reconhecer que sempre foram liberais e que nasceram em "civilização liberal".

A história do engano demonstra que se tem vindo a construir uma "civilização do erro" (a quem já em outra ocasião chamei de "coluna negra"), sem que isso tenha de significar "civilização da culpa" (o inocente que nasce hoje à margem da verdade não pode ser culpado de tal).

A tendência do desmoronamento lento daquilo a que se tem vindo a chamar de Cristandade é um facto, e assim deverá ser até a terrível vinda do Anticristo. Sim senhor... e nunca no pensamento cristão houve dados em contrário, antes se afirmou o contrário.

Veja-se então como D. Maria II de Portugal e Algarves..., em plena monarquia liberal, é obscurecida por uma dessas almas arrastadas (António da Silva Lopes Rocha, Desembargador e advogado da Casa da Suplicação de Lisboa) que em 1829 lhe dirige uma análise e suposta refutação na qual tenta "apaziguar" a Rainha de que a coroação de elRei D. Miguel teria sido injusta:

D. Maria II

"Senhora

Logo que os verdadeiros inimigos do Trono e do Altar, fanáticos, hipócritas, desmoralizados, e depostos, como lhe chama o Augusto Pai de Vossa Majestade na Proclamação de 25 de Junho, conceberam o atrevido e louco projecto da usurpação, veio-se o desgraçado Portugal, e veio-se a Europa inundada de escritos em diferentes línguas, destinados a sustentar que o Filho Primogénito do Senhor D. João VI havia perdido Seus Direitos de Realeza por ter aceito independente a Coroa Imperial do Brasil. O Cisma Político da ilegitimidade do Senhor D. Pedro IV foi então pregado, impunemente, até dos púlpito, naquele desgraçado Reino, e a tanto chegou a maldade de alguns degenerados Portugueses que ousaram avançar com a maior injúria do Direito Público Português, que Vossa Majestade Primogénita das Augustas Filhas do Senhor D. Pedro IV, nascida Portuguesa, e chamada pelas Leis Fundamentais do Reino à Sucessão do Trono, na falta ou impedimento do Senhor D. Pedro IV, havia perdido por aquele alheio facto Seus Inauferíveis Direitos à Coroa Portuguesa. Um bando de homens todos rebeldes, todos traidores, todos perjuros, todos ilegitimamente convocados, e a maior parte deles até ilegalmente eleitos, mas que se disseram - Os Três Estados do Reino - vieram consumar a obra da iniquidade fazendo e publicando o Assento de 11 de Julho do corrente ano, É a análise e refutação jurídica deste monstruoso Assento forjado nas cavernas da rebeldia e da traição, que eu tenho a honra de oferecer a Vossa Majestade. Empreendimento muito superior a meu talento pela grandeza dela, porem mui conforme ao leal ânimo de um súbdito Português Mártir da Legitimidade, que procura manifestar aos Reis e Povos do Mundo a Justiça com que Vossa Majestade sobe ao Trono de Deus Maiores. Dê Vossa Majestade Seu Real Amparo a este Serviço feito igualmente a Vossa Majestade, e ao Reino

Deus Guarde a Pessoa de Vossa Majestade por largos anos, como lhe pedimos todos, e havemos mister.

Beija as mãos de Vossa Majestade
Deu respeitador Súbdito


O DESEMBARGADOR

ANTÓNIO DA SILVA LOPES ROCHA"

Pode já o leitor adivinhar pelo estilo do transcrito discurso introdutório, ainda mais por ser dedicado a uma senhora e Rainha, a tranquilidade e clareza argumentativa em falta. Este escrito, publicado em forma de livro em Londres, saiu com uma versão em português e uma outra em inglês, demonstra a intenção de procurar adeptos na Europa (nomeadamente em Inglaterra) à base de confundir ou ocultar a fundamentação pela qual D. Miguel foi sagrado e proclamado Rei. Trata-se de uma acção de propaganda que não é de estranhar num liberal (pois gradualmente tudo se lhes vai parecendo relativo - tudo poderia valer se estivesse ao serviço do maior proveito).

Na leitura desta obra, comecei por pensar que o autor era um bem intencionado liberal, mas ao adiantar-me na leitura começou a figurar-se alguma maldade de um liberal de carreira, com culpa, e já afectado e comprometido. Nota-se uma razão ao serviço de pressupostos falsos que tornam a obra pesada com  muitas referências assentadas sobre argumentação equivocada. O autor não é original, transparecendo a versão liberal previamente estudada e que fazia parte da posição dominante no Brasil (suponho que estaria ligado a certas forças organizadas e internacionais). António Lopes Rocha, pasme-se, foi agraciado com a Ordem da Imaculada Conceição...

A argumentação do Desembargador é aquela que correu depois da vitória e estabelecimento definitivo do liberalismo. São estes os mesmos erros sobre os quais tantos escritores assentaram as suas conclusões e se ouvem hoje por toda a parte. Esta difusão diabólica deve ser combatida com o esclarecimento que, por haver hoje tão pouca gente que o queira fazer, e por ser pouco o tempo e estar tão necessitado o mundo de outras coisas de gravidade igual ou superior, irá demorar.

25/03/12

IMACULADA CONCEIÇÃO


25 de Março - A IMACULADA, PORTUGAL, MONS. LEFEBVRE


Quero salientar deste dia o aniversário da coroação da Imaculada Conceição como Rainha e protectora de Portugal (pelo Rei D. João IV) e comemoramos também a partida de D. Marcel Lefebvre, insigne defensor da ortodoxia da Santa Igreja.

D. Marcel Lefebvre, o grande defensor do catolicismo, faleceu  a 25 de Março.
Vila Viçosa, onde se encontra o Santuário Nacional, dedicado à Imaculada Conceição, foi iniciado como modesto tempo mandado construir, nada mais nada menos, que por D. Nuno Alvares Pereira (o Santo Condestável de Portugal).

“Cortes de Lisboa principiadas a 28 de Dezembreo de 1645, e acabadas a 16 de Março de 1646. Nelas fez a Oração da abertura o Bispo Capelão Mór. (Collecç. Da Acclamaç. Do Monsenhor Hasse, T. II, n.1) (…) Nestas Cortes foi tomada a Senhora da Conceição por Padroeira do Reino com 50 cruzados de ouro de censo à sua Imágem de Vila Viçosa, e se mandou jurar a mesma Conceição, como consta da Carta de 25 de Março de 1546. (Liv. V das Propr. Pag 361, e Liv. II das Chap. Pag. 104 v)” (Memórias de Literatura Portuguesa, Vol II, pag. 104)

"Em 25 de Março de 1646 sob proposta do Rei D. João IV, as Cortes reunidas aprovaram a escolha doSantuário de Vila Viçosa para sede e solar da Padroeira de Portugal - Nossa Senhora da Conceição.

Foi aquele mesmo Rei que consagrou a Nação Portuguesa a Nossa Senhora da Conceição e A proclamou nossa Padroeira e Rainha. São do seguinte teor as palavras da provisão régia datada, precisamente, de 25 de Março do ano acima referido:

"Estando ora juntos em cortes com os três estados do Reino lhes fiz propor a obrigação que tínhamos de renovar e continuar esta promessa (de D. Afonso Henriques) e venerar com muito particular afecto e solenidade a festa de Sua Imaculada Conceição. E nelas, com parecer de todos, assentámos de tomar por padroeira de Nossos Reinos e senhorios a Santíssima Virgem Nossa Senhora da Conceição… e lhe ofereço de novo… à Sua Santa Casa da Conceição sita em Vila Viçosa, por ser a primeira que houve em Espanha desta invocação, cinquenta escudos de oiro, em cada um ano em sinal de Tributo e Vassalagem…"

Desde a eleição da Padroeira, os Reis de Portugal nunca mais colocaram a coroa na cabeça. Em ocasiões solenes, era ela depositada sobre uma almofada, ao seu lado direito da Imagem.

Convém ainda recordar que no dia 28 de Julho de 1646, a Universidade de Coimbra prestou também o solene juramento determinado pelo Rei em carta de 17 de Janeiro do mesmo ano de 1646.

Em Setembro desse mesmo ano foram expedidas cartas para todas as Câmaras do país para que as autoridades e clero rectificassem o acto das Cortes.

Diz o cronista que "em cumprimento da ordem régia, celebraram-se nas cidade e vilas imponentes solenidades a que os povos se associaram com o maior entusiasmo".

Em 1648 D. João IV mandou cunhar medalhas de ouro e prata que correram como moeda, em honra da Padroeira de Portugal, tendo no reverso a imagem de Nossa Senhora da Conceição coroada de sete estrelas sobre o globo e a meia-lua, tendo aos lados o sol, o espelho, a casa de ouro, a arca da aliança, o porto e a fonte selada com a legenda: Tutelaris Regni. Foi, até, com duas destas moedas em ouro que o Rei pagou, nesse ano, o tributo prometido ao Santuário de Nossa Senhora de Vila Viçosa.

Mais tarde a 30 de Junho de 1654 o rei mandou expedir à Câmaras uma nova carta em que determinava que em todas as portas e entradas das cidades, vilas e lugares do Reino se pusesse, em uma pedra bem lavrada, a inscrição em latim que lembrava a resolução tomada pelo Rei e Cortes Gerais em 1646 de eleger Nossa Senhora como Padroeira de Portugal e de defender com juramento o privilégio de Sua Imaculada Conceição.

É curioso e muito significativo chamarmos aqui a atenção para o facto de que só 200 anos depois é que o Papa Pio IX definiu solenemente em Roma o mesmo privilégio de Nossa Senhora, como dogma de fé universal. Também não podemos deixar de referir que uma prestimosa instituição nacional que foi criada, a 8 de Dezembro de 1720, precisamente, em homenagem à Padroeira, a Academia Real de História.

Enfim, Nossa Senhora da Conceição tem sido através dos séculos, a honra e a glória da Nação e do Povo Português."

Quis Deus que neste dia 25 de Março viesse ao mundo S. A. R. o Príncipe da Beira e Duque de Barcelos D. Afonso de Bragança. Contento-me por viver e ter nascido em Portugal no Principado da Beira. Que Deus lhe dê longa vida e que venha a conhecer um dia e em profundidade a Doutrina de sempre que hoje anda tão "oficialmente" ocultada. E que faça sentido e apelo ser hoje o dia em que o grande defensor da ortodoxia católica partiu para a glória celeste, D. Marcel Lefebvre.

O Príncipe da Beira e legítimo sucessor, D. Afonso de Bragança, hoje aniversariante.
É sem dúvida um dia de grandes "coincidências" (dirão alguns) que são sinais para os mais cautelosos e tementes a Deus.

Todos estes assuntos são dignos não só de trato mais demorado para melhor proveito de todos. Voltaremos a eles.

APOIO AO MÁRTIR S. SIMÃO DE TRENTO

O fumo de Satanás não pode continuar a enegrecer a memória de S. Simão de Trento com recurso às discretas "licenças" do Concílio Vaticano II.

Foi criada uma comissão para tentar travar tal ódio. Os inimigos de S. Simão de Trento são afinal dois: os verdadeiros modernistas e o sionismo.

Apoiemos a Comissão do mártir S. Simão de Trento:


A "Comissão de S. Simão" 

A "Comissão de S. Simão" é uma associação criada em Trento em março de 2007 que propõe: 

a) a restauração da adoração pública e privada de São Simão de Trento mártir inocente, martirizado em 1475;

b) O retorno das relíquias do santo que foram escondidas desde 1965, após a supressão do culto pela Cúria Trentina;

c) A propagação da devoção ao São Simão;

Para atingir estes fins, a "Comissão de São Simão", trabalhando através da organização de conferências, debates, orações públicas e privadas, e informação do público sobre o assunto.

(Entre no site em italiano, AQUI)

24/03/12

O BRASÃO PELO QUAL SE PODE ORAR XC

S. TEOTÓNIO no MISSAL QUOTIDIANO

Em 1963 foi editado o Missal Romano Quotidiano na Bélgica, traduzido depois pelos Monges de Singverga (Portugal) e com a colaboração do Cón. Sebastião Martins dos Reis. Trata-se de um pequeno missal bilingue (latim-português) feito a pensar nos fiéis.

Copio na integra a festividade para o dia 18 de Fevereiro (ao latim retiro a acentuação que lhe não é própria e que neste Missal apenas foi introduzida como elemento auxiliar de leitura):


S. TEOTÓNIO 
(Confessor)
Festa de 3ª classe - Paramentos brancos.

Foi S. Teotónio o primeiro Prior do Real Convento de Santa Cruz [Coimbra], varão de preclaras virtudes e esclarecidos milagres. De moço se criou em casa de D. Crescónio, Bispo da mesma cidade, tio seu, debaixo de cuja disciplina aprendeu as sagradas letras, nas quais em breve se tornou consumado. Confessor e privado do Rei D. Afonso Henriques, tinha sobre este monarca enorme ascendente. Morreu com oitenta anos de idade em 1162 e foi canonizado no ano seguinte.

INTRÓITO (Salmos 131.7; 121.2,I)

INTROIBIMUS in tabernaculum ejus: adorabimus in loco ubi steterunt pedes ejus. Stantes erant pedes nostri in atriis tuis, Jerusalem. Ps. Laetatus sum in his quae dicta sunt mihi: in domum Domini ibimus. V Gloria Patri... (Entraremos no Seu tabernáculo: Nós O adoramos no lugar onde estiveram os seus pés. Nossos pés estavam postos nos teus átrios, ó Jerusalém. Sl. Alegrei-me no que me foi dito: Iremos à casa do Senhor. V Glória ao Pai...)

COLECTA

Deus, qui beati Theotonii salutaribus monitis et exemplis canonicam disciplinam reparasti: concede propitius; ut ejus exemplo et intercessione, arctiorem christianae perfectionis viam ingressi, facilius vitam aeternam consequamur. Per Dominum... (Ó Deus, que restaurastes a disciplina canónica pelos salutares conselhos e exemplos de S. Teotónio, concedei propício que, pelo seu exemplo e intercessão, trilhando o caminho mais estreito da perfeição cristã, consigamos mais facilmente a vida eterna. Por Nosso Senhor...)

Comemoração de S. Simeão.
Epístola Dilectus Deo, do Comum dos Abades.

GRADUAL (Salmos 118, 46; 19.20)

Loquebatur de testimonius tuis in conspectu regum et non confundebar. V Domine, salvum fac ergem, et exaudi nos in die qua invocaverimus te. (Falava dos vossos testemunhos diante dos Reis, e não me envergonhava. V Senhor, salvai o Rei, e atendei-nos no dia em que Vos invocarmos.)

ALELUIA (Salmo 115.8)

Alleluia, alleluia. V Vota mea Domino reddam in atriis domus Domini, in medio tui, Jerusalem. Alleluia. (Aleluia, aleluia. V Cumprirei ao Senhor [seria antes "para com o Senhor"] os meus votos nos átrios da casa do Senhor, no centro [no meio] de ti, ó Jerusalém. Aleluia.)

TRACTO (Salmo 115.5; 8.3)

Vota mea Domino reddam coram omni populo ejus: pretiosa enim in conspectu Domini mors santorum ejus. V Quoniam videbo caelos tuos: lunam et stellas, quae tu fundasti. V Gloria dicta sunt de te, civitas Dei. (Cumprirei ao Senhor os meus votos diante de todo o povo: é preciosa aos olhos do Senhor a morte dos seus Santos. V Um dia verei os vossos céus, a lua e as estrelas que Vós criastes. V Coisas gloriosas se têm dito de ti, ó Cidade de Deus.)

OFERTÓRIO (Gálatas 6.14)

Mihi autem absit gloriari, nisi in cruce Domini nostri Jesus Christi. (Longe de mim o gloriar-me senão na Cruz de Nosso Senhor Jesus Cristo.)

SECRETA

Sanctae Crucis, Dominie, myseria recolentes, concede, ut sacrificium incruentum debita veneratione offeramus: et intterveniente sancto Theotonio, Confessore tuo, salutaris fructus consequamur efectum. Per Dominum... (Concedei-nos, Senhor, que pela memória dos mistérios da Santa Cruz ofereçamos com a devida veneração o sacrifício incruento, e que pela intercessão de S. Teotónio, vosso confessor, alcancemos o efeito do fruto salutar. Por Nosso Senhor jesus Cristo...)

COMUNHÃO (Romanos 12. I-2)

Obsecro vos, fratres, per misericordiam Dei, ut exhibeatis corpora vestra hostiam viventem, santam, Deo placentem, rationabile obsequium vestrum: et nolite conformari huic saeculo, sed reformamini. (Eu vos rogo, irmãos,pela ["por"] misericórdia de Deus, que ofereçais os vossos corpos como hóstia viva, santa, agradável a Deus, para que o vosso culto seja razoável: e não vos conformeis com este século, mas transformai-vos.)

PÓSCUMUNHÃO

Per sancta, Domine, quae sumpsimus, sactus Theoonius intercedat, ne huic saeculo conformemur; sed reformati, ad perfectionem semper aspiremus. Per Domiunm nostrum... (Fazei, Senhor, pelos santos mistérios que recebemos, que a intercessão de S. Teotónio nos alcançe a graça de não nos conformarmos com este século, mas de, reformados, aspiremos sempre à perfeição. Por Nosso Senhor Jesus Cristo...)

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"Aceitam-se candidaturas para 30 vagas, cargos de secretaria. Os candidatos devem reunir obrigatoriamente as seguintes competências:

- Escolaridade: 12º ano (ou equivalente - nos maiores de 50 anos, ter o 6º ano antigo);
- Ter conhecimentos gramaticais anteriores ao "acordo ortográfico", a nível satisfatório;
- "Cadastro" limpo;

Enviar Curriculum Vitae para a morada (ou e-mail) ....x. Para mais informações contactar o número de telefone ...x."


(Atenção... este anúncio é fictício)






23/03/12

O BRASÃO PELO QUAL SE PODE ORAR LXXXIX


23 de MARÇO - AGIOLÓGIO LUSITANO

O ponto (b) do Agiológio Lusitano para este dia:

"b. Na cidade de Bragança (que antigamente se chamou Julio-briga), em Trás-os-Montes,  as vitórias e rutilantes coroas dos invencíveis Mártires de Cristo Domício, Pelágia, Aquila, Aparchio, e Teodósia, os quais na, sanguinolenta perseguição do ímpio Diocleciano, renderam as momentâneas vidas em suave holocausto pelas sólidas verdades de nossa religião Católica, purpurizando cada qual a cãndida estola com o rosiclêr[?] de seu sangue cujo vitorioso certame celebra neste dia (não somente a Igreja Latina, mas também a Grega, que não é pequena prerrogativa de tão célebre troféu)."

Sé de Bragança


22/03/12

O BRASÃO PELO QUAL SE PODE ORAR LXXXVIII


22 de MARÇO - AGIOLÓGIO LUSITANO

Alguns dos santos e varões de virtudes que o Agiológio Lusitano mostra para o dia 22 de Março:


"e. Na Serra de Ossa, cabeça da Ermítica família de S. Paulo neste Reino, acabou em paz o Reverendo Pe. Fr. Manuel do Salvador, a quem reconhece meritíssimo filho Vila Viçosa na diocese Eborense, e primeiro Provincial (depois de aprovada pela Sé Apostólica) sua sagrada Religião. Cuja a única eleição se fez presente o Cardeal D. Henrique, que a festejou sumamente por concorrerem no sujeito singulares parte e talentos de virtudes que assim convinha fosse aquele que havia de ser base e fundamento deste espiritual edifício, em que pôs os materiais de casa, procedendo no governo com muito louvor, prudência, inteireza, modéstia, recolhimento, rigor e obediência, deixando em testamento a seus súbditos, quando se ausentou deles, estas religiosas virtudes, como prendas e arras da eternidade. 

(Comentário: É [edifício da ermita] o da Serra de Ossa também muito aparelhado para a mesma vida, e por isso se retiraram a ele - em vários tempos - muitas pessoas ilustres que com suas preclaras virtudes faziam viva guerra ao inferno. Esta é a Tebáida de Portugal, morada de Monges, segundo Dextro ad anno Christi 922 onde tem a Congregação de S. Paulo , primeiro Ermita, celebérrimo convento, que é cabeça dela neste Reino. Cuja Reforma confirmou a santidade do Papa Gregório XIII ao I de Setembro de 1578 debaixo da regra de S. Agostinho. Seu princípio, grandeza e privilégios com que os Reis e Pontífices o enobreceram, se dirá  - Deus querendo - a 12 de Agosto, quando tratarmos de Fernandianes, terceiro Mestre de Avis, seu antigo habitador por muitos anos. Nesta real casa tem seu enterro F. Manuel do Salvador, com o seguinte epitáfio: "Sopulturado muito Reverendo P. Fr. Manoel do Salvador, primeiro Provincial que doi desta Ordem, no tempo que o Sumo Pontífice Gregório XIII a aprovou. Falleceo na Era 1606 a 22 de Março". De sua virtude, e exemplar vida se conserva a memória entre seus religiosos, da qual nos constou por relatos e monumento de seu arquivo, que lhes comunicaram por ordem do P. Provincial Fr. Leonardo da Assunção.)

g. Em Nagazaqui, cidade primária de Japão, a ac[?]ba morte de um sino Cristão, por nome Matias, doméstico e familiar do P. Mateus de Douros, Provincial da Companhia naquelas partes que por encobrir aos idólatras, onde estava o dito Padre, e por confessar publicamente nossa sagrada Religião, pois preso à primeira noite, e nela lhe deram tão terríveis tormentos que no meio deles antepondo a palma do seu triunfo, cujo despedaçado corpo, para que não visse a poder dos Cristãos, foi de madrugada lançado ao mar.

(Comentário: Do cavaleiro de Cristo Matias, que padeceu a 22 de Março de 1620 escreveu Orfanel na História Eclesiástica do Japão c.36. e Cardim no Catálogo de Seus Mártires pag.25 e outros.)"

21/03/12

"CUSTÓDIA DA BEMPOSTA"



"Esta emblemática obra da ourivesaria barroca é tradicionalmente conhecida como a Custódia da Bemposta. O Paço da Bemposta, também conhecido como Paço da Rainha, foi mandado construir por D. Catarina de Bragança, filha de D. João IV, para sua habitação, após o seu regresso a Portugal, por morte de seu marido, Carlos II de lnglaterra. D Catarina deixou o Paço da Bemposta a seu irmão D. Pedro II, o qual, em 1707, foi doado por D. João V, à Casa do Infantado (propriedade do 2º filho do rei de Portugal). Aí terá permanecido até à extinção da Casa do Infantado em 1834, tendo sido transferida para Queluz. Posteriormente a peça ficou à guarda da Infanta D. Isabel Maria (regente) na Quinta da Infanta, em Benfica, até à sua morte em 1786, sendo nesse mesmo ano levada para a Casa da Moeda e desta, após avaliação (12.000 escudos), entregue à Academia de Belas Artes, vindo a figurar nas colecções do Museu Nacional de Arte Antiga com o n.º 1 de inventário." (continuar AQUI)


O BRASÃO PELO QUAL SE PODE ORAR LXXXVII


ANTIGUIDADE DA ORDEM DE AVIS

DO PRINCÍPIO E ANTIGUIDADE DA CAVALARIA E ORDEM MILITAR DE S. BENTO DE AVIS

"raziam as guerras de Hespanha [Peninsula Ibérica, ou Espanhas] tão embaraçados aos Príncipes Cristãos e a[os] seus vassalos na reparação dela [da península Ibérica], que parece [que] lhes não dava a ocupação lugar para que (deixando por um pouco as armas) tomassem na mão a pena a fim de nos deixarem algumas memórias - posto que breves, das muitas coisas que então sucediam indignas do esquecimento em que para sempre ficaram sepultadas.

Destas [coisas], foi uma (e não menos principal daqueles tempos) a criação da nobre Cavalaria a que hoje vulgarmente chamam de Avis, a qual não sabemos dar Autor nem princípio certo: mas entendemos que não carecia de mistério permiti-lo Deus assim; para que o tenhamos a Ele somente por imediato Autor de uma obra tão santa. E, no averiguar dúvidas sobre sua antiguidade, remetemos [em] dizer que é tão antiga que se lhe não sabe o princípio. E, quando lho queiramos dar sem determinação de ano certo (pois não se alcança) viremos a dizer, movidos por eficazes conjecturas, que há na matéria, que como o Príncipe D. Afonso Henriques por morte do Conde seu pai D. Henrique tomasse posse de Portugal e se dispusesse com um fervorosíssimo zelo de Príncipe Cristão (que professava a perseguir os inimigos da Fé), quis Deus favorecer tão santos propósitos, com mover os ânimos de certos Cavaleiros principais da sua Corte, à que debaixo de voto, e juramento professem para com Deus, e se obrigassem para consigo a morrer uns por outros na defesa da bandeira de Cristo. Incitou logo o novo modo de Religião a outros muitos aventureiros prodígios das vidas, e cobiçosos de honra, que se incorporam na mesma milícia; e todos juntamente começaram a dar à execução seus institutos Militares em companhia do Príncipe D. Afonso, cujos vassalos eram. E assim pela lealdade, que como tais lhe deviam: como também pela obrigação de sua nova cavalaria, se achavam sempre com ele nos mais árduos encontros, e dificultosas empresas, que com os Mouros tinha. Ao que tudo quis dar alcance Frei Jerónimo Romão na sua República Cristã: mas acham tão apagados os vestígios, que não chegou mais que  pela tomada de Lisboa: onde diz que se acharam os Cavaleiros da nova Milícia, que foi no ano de 1147. No qual lhe dá princípio Frei Manuel Rodrigues no tomo primeiro das questões Regulares na questão quinta no artigo último. Porém o mesmo Frei Jerónimo Romão acrescenta mais que elRei a instituiu pouco depois da batalha do campo de Ourique, que foi no ano de 1139 movido por ventura de alguma notícia, que as memórias antigas deste Reino começam a dar dela desde aquele tempo: mas não que de certo afirme ser então criada; antes supõe que o estava de antes: porque nunca elRei interpusera sua autoridade na instituição de uma coisa tão nova jamais vista na Hespanha [Península Ibérica, ou Espanhas], sem ter visto por experiência sua utilidade. Na prova disto fizéramos mais força com razões eficazes, que para isso não faltam; se para provar que esta Cavalaria é mais antiga de todas as da Hepanha [Península Ibérica, ou Espanhas] não basta somente que tivesse princípio no ano de 1147 que foi o do cerco, e tomada de Lisboa, onde se acharam os novamente professos: sem fazermos caso dos mais anos de antes, em que lá floresciam. Pois se alguma outra Milícia se podia opor com esta ao mais antigo lugar, era a de Santiago, que começou muito de antes do tempo de elRei D. Afonso Henriques: porém inabilitou-se com tomar por seu primeiro Mestre ao Diabo, cujos Cavaleiros se chamavam os professos nela, tendo por instituto da sua Milícia, não deixarem de cometer caso por abominável que fosse contra a lei de Deus, e em prejuízo da Cristandade; como no princípio de sua Regra se refere, e é coisa sem dúvida. Depois do que vieram a ser inspirados pela graça divina; e deixando o abominável trato em que andavam propuseram fazer de seu ajuntamento um muro, (como em efeito fizeram) com que a Cristandade se defendesse da multidão de Mouros, que andavam por Hespanha [Península Ibérica, ou Espanhas]. E logo que vieram nisto, foram instituídos em Cavaleiros Regulares, com autoridade do Legado de Later Dom Jacinto Diácono Cardeal [Cardeal Diácono], que naquela ocasião viera a Hespanha [Península Ibérica, ou Espanhas]. O que foi em tempo de Alexandre III no ano de 1175. No qual se há-de dizer, que teve princípio a Ordem à que por seus estatutos obrigava a viver desordenadamente aos que a professavam. E fazendo agora deste ano de 1175 com o de 1147 em que já muito havia se tinha dado princípio à nossa Milícia; fica sendo notória a vantagem que lhe fez na antiguidade. Do que vendo-se convencido Radez de Andrade na Crónica que fez das Milícias de Castela, chega a constar ser a Cavalaria e Ordem de Avis das mais antigas de Hespanha [Península Ibérica, ou Espanhas]. A qual honra lhe concedeu com tanta escassez, que lha pôs debaixo de condição, dizendo ("se as Crónicas de Portugal nos não enganam"). Ao que se referiu também Argote de Molina na primeira parte da nobreza de Antaluzia: posto que (conformando-se mais alguma coisa com a verdade) confesse ter esta Milícia seu princípio no ano de 1147 que foi o que fazemos a computação. Mas cada um deles se quis mostrar afeiçoado à sua Pátria, em lhe não tirar essa honra de todo, dando-no-la a nós por entre aquelas dúvidas. Todas as quais se tiram com o que diz Rezende no tratado que fez da antiguidade de Évora àcerca desta Milícia, fazendo-a mais antiga de todas as da Hespanha; conforme ao que falam já hoje todos os modernos, que escrevem sobre as coisas deste Reino."

("Regra da Cavallaria e Ordem Militar de S. Bento de Avis", folha I. 1631)

21 de MARÇO - S. BENTO (e a Ordem de Avis)

Neste dia de S. Bento, para fazer justiça ao "religioso" (religioso católico) que as nossas ordens religiosas de cavalaria são, publico aqui o livro chamado "Rega da Cavalaria e Ordem Militar de S. Bento de Avis", de 1631. Que assim seja honrado S. Bento com esta pequena dedicação.


Para descarregar o livro: aceda aqui, e preencha o o pequeno rectângulo com as letras contidas no rectângulo maior ao centro. Aperte depois o botão "submeter".

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