06/02/13

STo. ANTÓNIO DE LISBOA E DE PÁDUA (I)


"No dia 15 de Agosto de 1195 nascera em Lisboa, em casas nobres junto à Sé metropolitana, um menino, a quem seus pais batizaram com o nome de Fernando.

Sé de Lisboa - em frente dela está a casa de Sto. António,
onde está também a igreja de Sto. António
Fernando martins de Bulhões foi o segundo filho de Martim de Bulhões e de D. Teresa Taveira.

De crer é que aquele Martim de Bulhões fosse descendente de algum Cruzado Francês, dos que, conjuntamente com os Ingleses, Flamengos e outros ajudaram a D. Afonso Henriques na tomada de Lisboa, em 1147.

De um Vicente era filho o api de Sto. António, provavelmente o tronco da família.

Além de Fernando nasceram do consorcio de Martim de Bulhões três filhos mais: Pedro, o primogénito, que casou com Maria Pires; uma menina, cujo nome se não determina, e Maria Martins Taveira, que, a muitas instâncias do irmão Fernando, professou em S. Miguel das Donas. 

Parece averiguado que Fernando começára em menino a dar evidentes sinais de puro ascetismo.

Assim foi que, mal chegado à idade própria, entrara de frequentar a Sé de Lisboa, como uma das escolas, que havia naquele tempo, para ali aprender as primeiras letras.

Como é sabido nas sés e nos mosteiros residia a instrução no princípio da monarquia.

Acentuando-se em Fernando, com o crescer dos anos, a natural inlcinação para a religião cristã, à falta de melhores dados históricos, afirma a tradição que na Sé de Lisboa fôra ele Menino do Côro.

Chegado à idade de quinze anos, e não podendo resistir ao íntimo chamamento, que o atraia para a vida monástica, buscou um dia aos Cónegos Regrantes de Santo Agostinho, em S. Vicenten de Fóra, recente fundação do primeiro Afonso, e das mãos do Prior, D. Gonçalo Mendes, recebeu ele a murça de S. Agostinho, começando sua vida religiosa por ser portero daquela casa.

Fervorosamente humilde e crente, o seu noviciado foi um modelo exemplificativo de observância e de amor religioso:

Do mamativo amável
Sai o amor admirável,
Depois é o amor durável
Sempre em todo o estado.

como escreveu um cavaleiro da mesma milícia sagrada.

Depois anos volvidos, começou de entrar no espírito do novo agostinho a ideia de se passar ao mosteiro de Santa Cruz de Coimbra, onde, ao tempo, havia notáveis professores de Filosofia e Teologia.

Munido de cartas de D. Gonçalo Mendes e de seu Professor em S. Vicente de Fora, entrou frei Fernando em Coimbra, nos fins de setembro de 1212, sendo mui bem recebido em Santa Cruz do Prior daquela casa, D. João Cesar, que para logo o entregou aos cuidados e ensino de D. Raimundo, varão dos mais doutros e virtuosos, que então havia naquele mosteior.

Ali permaneceu o jovem religioso até ao ano de 1221 em que, depois de u ano de combates, deliberado resolutamente, com fé vivíssima e santa, se passou à Ordem dos Menores de S. Francisco, que havia casa em Sto. António dos Olivais.

Fôra o caso demovente da mudança da Ordem a chegada a Coimbra de Afonso Pires de Arganil, em 1220, mandado de Tarifa, na Espanha, por ordem do Infante D. Pedro, o aventuroso irmão de Afonso II, com as cabeças dos cinco Mártires de Marrocos, os Franciscanos ali mortos pela Fé de Cristo, Acúrcio, Adjuto, Bernardo, Pedro e Otto.

(continuação, aqui)

Os cinco mártires de Marrocos

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