23/08/13

NATUREZA DA GRAÇA SANTIFICANTE

A graça santificante define-se como um dom de Deus inerente à alma, "que a torna partícipe da natureza divina" (II Ped. 1, 4) e a eleva assim a um estado sobrenatural e divino. Chama-se "graça" porque é uma realidade que Deus nos comunica à alma graciosamente ("gratis"), e porque a torna grata a seus olhos, concedendo-lhe algo da sua beleza divina. E chama-se "santificante", porque nos santifica ao comunicar-nos a justiça e santidade divinas.

1º À luz da Revelação, a graça nos é apresentada:
- como uma qualidade divina, pela qual Deus renova e transforma a nossa alma e a deifica, ou seja, a torna semelhante a Ele;
- como um princípio de vida divina, como uma semente divina (I Jn. 3, 9), como um enxerto feito ao nosso ser natural; por isso a justificação, que é a acção pela qual Deus nos confere a graça santificante no Baptismo, é chamada de regeneração, um novo nacimento, que nos confere um novo ser, o ser da graça, que é um ser divino;
- Como um título, que nos dá um direito rigoroso à bemaventurança própria de Deus, e nos concede ao mesmo tempo a aptidão para esta bemaventurança.

2º Igualmente, os Padres da Igreja comparam a acção de Deus presente e operante em nossas almas pela graça santificante para fazê-las deiformes:
- à acção de um pintor, que reproduz uma tela (a nossa alma) seu próprio retrato;
- à acção de um selo, que deixa a sua marca sobre a cera a que se aplica;
- à acção do fogo, que faz partícipe de sua natureza e de suas propriedade ígneas ao ferro submergido nele;
- A acção da luz, que faz resplandecer com a sua claridade o ar, os prismas, o diamante que inunda com seus raios.

(Pe. José Maria Mestre, apontamentos; tradução: ASCENDENS)

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