09/10/14

OS ERROS DE LUTÉRO E O ESPÍRITO DO MUNDO ACTUAL (X)

(continuação da IX parte)

OS ERROS DE LUTERO E O ESPÍRITO DO MUNDO ACTUAL
Pe. Franz Schmidberger

Lutero insulta o Sumo Pontífice chamando-lhe de "Anticristo", rejeita o sacerdócio ministerial, o qual substitui pelo sacerdócio comum dos fiéis. O culto dos santo e a fé na sua intercessão desaparecem no protestantismo.

Se não houvesse Magistério, se a fonte da Revelação fosse somente a Sagrada Escritura, lida e interpretada infalivelmente por qualquer um dos cristãos, então cada qual seria o centro da sua regra de Fé! Assim fica estabelecido o fundamento da divisão do protestantismo em milhares de denominações diferentes, e disto se fica a um passo para chegar ao total indiferentismo.

Se hoje conversássemos com um protestante a respeito das diferenças que tem com o catolicismo, ouviremos sempre a estereotipada resposta: "Mas... nós adoramos todos o mesmo Deus".

Parece então nem haver necessidade de, perante um sacerdote, ajoelhar e pedir perdão a Deus; em vez disto pedem perdão directamente a Deus. Por isso o pastor protestante não tem Ordenação, nem se acha necessitado de qualquer poder especial para que absolvesse pecados; ele é somente um representante da sua comunidade; obviamente fez para isso estudos específicos, mas não há transmissão de um qualquer poder especial.

Com a devastação na Igreja, relativamente ao seu Mistério e Ministério, ficou especialmente afectada a devoção a Nossa Senhora. Também a sua mediação universal não tem lugar no sistema protestantes, tal como descarta a intersecção dos santos.

Porque quererá Deus governar o mundo mediante causas segundas, e isto especialmente na ordem sobrenatural? Porque motivo quis Deus um Magistério infalível, um ministério sacerdotal [ordem sacerdotal] e a intercessão dos santos? A primeira razão deriva da nossa natureza humana, a segunda deriva da nossa natureza decaída. Deus, infinito, invisível e eterno quis na sua infinita bondade que pudéssemos acercar-nos a Ele por intermédio das suas criaturas finitas, visíveis e morais, como nós somos. Moisés teve que lavar o rosto depois da visão de Deus sobre o Monte Sinai (quão difícil seria nos aproximarmos de Deus directamente!).

Desde aquele pecado original, Deus, que é o melhor dos médicos e pedagogos, quer que nos submetamos por elementos sensíveis para cura das feridas da nossa alma; quer que a salvação passe por algumas gotas de água, de um pouco de óleo, de umas migalhas de pão ou algumas gotas de vinho, de que nos ajoelhemos perante o sacerdote, homem como nós pecável, para nos confessarmos com Deus por meio dele. Que lição para o orgulho humano! Os protestantes querem mostrar-se fiéis a Nosso Senhor; contudo desprezam o que foi instituído com o preço do Seu sangue, negam os que por Ele foram eleitos para continuidade da sua obra na terra. Não entendendo o princípio de analogia, não entendem Cristo comunicado e prolongado no espaço e no tempo.

(a continuar)

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