24/03/15

MASTIGÓFORO - INTRODUÇÃO (II)

(continuação da I parte)

D. João I - Lisboa

Por determinação de 4 de março de 1385 - Dá a Vasco Lourenço, seu criado, os bens de Gonçalo Gil de Carvalho, em Beja, Alcácer, e Sant-Iago (S. Tiago) de Cacém, por andar em seu desserviço.

Lisboa 10 de Março - Dá o Morgado de Moedelo, que trouxera Vasco das leis, e então Estêvão Fernandes, Abade de Bouças, que estava em Santarém com ElRei de Castela, a Gonçalo Rodrigues de Galafura, por ser da linha do instituidor.

Lisboa no mesmo dia - Dá os bens de Vasco Pires de Camões, por ser em seu desserviçõ, a Gil Afonso, seu criado.

Lisboa 23 de abril - Dá a João Rodrigues Pereira, a honra de Galegos, como a trazia o Conde de Viana, que andava em seu desserviço, e destes Reinos.

Torres Vedras 13 de Fevereiro - Dá João Homem, seu vassalo, o Couto de Carvalho, confiscado a Alvaro Gil de Carvalho, que andava em seu desserviço.

Lisboa 1 de Fevereiro - A Fernão Dalvares, Vedor da sua casa, os bens de Estêvão Filipe, que andava em seu desserviço.

Lisboa 5 de Abril - Os bens de D. Juda, Tesoureiro DelRei D. Fernando, fugido a Castela, a Gonçalo Rodrigues de Abreu.

Lisboa 10 de Maio - Dá a Rui Vasques de Elvas, os bens de Rodrigo Antes, morador em Campo Maior, porque andava com seu pai em deserviço DelRei.

Lisboa 30 de Maio - Dá a Álvaro Pires de Avelar, seu Escudeiro, todos os bens, que Rui Lopes, filho de Lopo Simões, havia em Lisboa, e seu termo, por andar com ElRei de Castela.

Lisboa 14 de Junho - Dá a Mem Rodrigues de Vasconcelos, os bens, que João de Couto, criado do Conde de Barcelos, e João Afonso, aio do filho do dito Conde, haviam em Lisboa, por serem em ajuda DelRei de Castela.

Lisboa 17 de Junho - A Martim Ribeiro, Escudeiro de João Lourenço da Cunha, os bens que Vasco Gonsalves Ferro, tinha na Guarda, por ser em desserviço destes Reinos.

Lisboa 26 de maio - A Fernão d'Alvares Pereira, os bens de Paio Rodrigues marinho, porque andava em desserviço destes Reinos.

Lisboa 18 de Junho - Dá por termo a Ansiães os Lugares de Alijó, e Favaios, que eram termo de Vila Real, que ora está por Castela.

Lisboa 15 de Junho - Dá ao Conselho de Anciães, os bens de João Rodrigues Porto Carreiro, no termo da dita Vila pelas perdas desta guerra.

Lisboa 24 de Maio - A João Homem, Escudeiro, os bens de Fernando Afonso de Mascarenhas, os quais havia em Besteiros, por andar com ElRei de Castela.

Lisboa 26 de Junho - A Vasco Martins, seu Escudeiro, os bens de João Mota, que eram em Óbidos, por ser ele contra estes Reinos.

Lisboa 20 de Junho - A João Lourenço da Cunha; Cavaleiro, os bens de Afonso Martins, Escrivão DelRei D. Fernando, que andava com ElRei de Castela.

Lisboa 1 de Abril - A Luís Henriques, seu Escudeiro, os bens que Pedro Esteves do Bombarral tinha em Óbidos por ser em consentimento de darem a dita Vila. 

Lisboa 3 de maio - A Fernão Lopes de Abreu, seu criado, morador em Elvas, os bens de Lourenço Anes, morador em Campo Maior, que tinha voz por Castela.

Lisboa 2 de Agosto - A Martim Ferreira, Escudeiro, os bens que Gonçalo Romeu havia em Guimarães, porque aconselhou, que se desse a dita Vila a ElRei de Castela.

Escalhão 26 de Maio de 1386 - A Pedro Rodrigues de Vasconcelos, os bens, que tinha Entre Douro-e-Minho, Fernão d'Esteves Cavalinho, que foi em consentimento de se venderem os castelos de Norverga, e Lanhoso aos inimigos.

Escalhão 6 de Julho - A Luís Domingues, os bens de Leonor Rodrigues, mulher que foi de Paio Rodrigues marinho, por morar em Castela.

Santarém 12 de Maio da era de 1407 - A Rui Vasques de Refoios, a Vila de Almeida, e os bens dos moradores da dita Vila, porque todos se passaram a Castela.

Eu seria infinito se quisesse apontar os exemplos de rigor, e severidade com que o Senhor D. João I abriu o seu faustíssimo reinado. Separei alguns que me pareceram mais notáveis, e mais idóneos, para se conhecer a sua tendência para as amnistias, ou perdões gerais. Bastava o pertencer à família de um traidor, bastava o ter dado consentimento para a entrega de praças ao inimigo, imediatamente se infligia a pena de confiscação, por certo a maior a que dava lugar a ausência dos réus. Muito de propósito acrescentei o último exemplo de data mais recente que os outros, para vermos, que até povoações inteiras foram condenadas à justa pena de confisco dos seus bens, ainda que nestas demonstrações de rigor com a Vila de Almeida, reluzia eminentemente a discreta piedade deste Soberano. Quando alguns daqueles habitantes caindo em si, e chorando amargamente o seu erro, voltaram a suas casas, foi ElRei pronto em lhas restituir, indemnizando em outra parte a Rui Vasques de Refoios, mas a isto é que se chama dar entrada à misericórdia, sem gravame de justiça, e fizessem outro tanto os incorrigíveis Pedreiros, que só ficariam sendo objectos de lástima, assim como o tem sido, e continuam a ser da indignação geral, pela impudência, e desaforro dos seus procedimentos.

Forte pena me acompanha agora de não transcrever a Lei contra todos os que se acharam na Batalha, ou encontro de Alfarrobeira por parte do desgraçado Infante D. Pedro! Mas fique guardada para outro combate com os Pedreiros, e entremos um pouco mais pelo campo da história moderna, em que o infeliz dicursador mostrou ainda ser mais hóspede, que na antiga.

(continuação, III parte)

Sem comentários:

TEXTOS ANTERIORES