14/04/15

IMITAÇÃO DE CRISTO - Thomas de Kempis (LXIX)

(continuação da LXVIII parte)

A IMITAÇÃO DE CRISTO
Thomas de Kempis

III Livro
A Fonte Das Consolações

Cap. XLII
O Amor de Deus é Fundamento da Verdadeira Amizade

1. Cristo - Filho, se pões a tua paz em alguma pessoa porque achas doçura na sua conversação, e porque pensa da mesma sorte que tu, sempre jazerás na inconstância e no embaraço. Mas, se recorreres à verdade viva e permanente, não sentirás tristeza na ausência nem na morte do amigo.
O amor do amigo deve ser fundado em mim, e por amor de mim é que dever amar todo aquele que te parecer virtuoso e que te for amável nesta vida.
Sem mim, o amor não é verdadeiro nem durável. Não é puro o amor de que eu não sou o nó.
De tal sorte deves morrer para os amigos que, tanto quanto te for possível, não desejes ter comércio algum humano. Quanto o homem mais se aparta das consolações terrenas, tanto mais se chega para Deus; quanto mais desce ao abismo do seu nada e mais vil se considera, tanto mais alto sobe e tanto mais se abisma no seio do seu Criador.

2. Quem atribui a si algum bem, impede que a graça de Deus venha sobre ele, porque a graça do Espírito Santo sempre busca o coração humilde. Se souberes aniquilar-te e despojar-te do amor das coisas criadas, então descerei em ti pela abundância das minhas graças.
Quando tu olhas para as criaturas, ausenta-se da tua vista o Criador. Aprende a vencer-te em tudo pelo amor de Deus, pois assim chegarás a conhecer o teu Senhor.
Quando uma coisa, por pequena que seja, se olha e ama desordenadamente, este amor corrompe o coração e torna-o pesado para se unir ao soberano bem.

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