06/02/18

"DEFESA DE PORTUGAL" - AS TREVAS em PORTUGAL (b)

(continuação, parte a)

D. Fr. Fortunato de São Boaventura - Arcebispo de Évora. Defensor da Tradição católica em Portugal, contra o liberalismo e a maçonaria (séc. XIX)
A origem pois, a fonte, o princípio, o começo de todas as verdades primitivas, e necessárias ao homem, ou elas sejam Teológicas, ou Filosóficas, e estas em toda a acepção da palavra, está na tradição, ou notícia, que se deu ao homem. Aqui está a luz; fora daqui as trevas. Hão de se pois reconhecer, e aprender as verdades na Autoridade? Eis o homem besta, dizem os pimpões da Filosofia; mas eu lhes digo, antes o cego tenha homens que o guiem, do que as suas mãos, e pés: bem me entendem os adversários. Porém o que eles não entenderam é o que seja Autoridade; eu digo somente que o contraste de todas as verdades necessárias ao homem é a tradição, e a tradição não é a Autoridade; estudem a distinção esses presados de Sábios em qualquer Ciência, em que eles estejam versados: a razão pois, (e esta é a importantíssima consequência, que eu quero deduzir, e a demonstração, da qual está sobejamente encetada) que não segue a tradição, não segue a luz; está em trevas, seja em que Ciência, Arte, Faculdade, Profissão, e exercício fôr: a razão, que, no que diz respeito a Deus, não segue a tradição, caminha sem luz, anda às cegas, vai às apalpadelas, e isto é assim ou seja na que chamam Religião Revelada, ou na que chamam Natural. Epicuro é um perfeitíssimo pedante em matéria de Religião, porque não seguiu a tradição; a razão em um Médico, ou Cirurgião, Faculdades, u Profissões que mil vezes se dividiram, e outras mil se reuniram, não seguindo a tradição, que poderá indigitar em Hypocrates, ou em Galeano, ou em Paracelso, ou em outros dos mesmos tempos, vai perdida, caminha sem bússola, naufraga, e, o que é pior que tudo, faz naufragar a vida dos seus semelhantes: a razão num Filósofo, que não segue a tradição, é a razão dum cavalo furioso, que tomou, não a luz, mas o freio nos dentes, e deu consigo no pântano da sua vergonha, da sua ruína, e da sua morte; mas eu deixo estes meus amigos para outro dia que lá lhes chegará a sua Semana de amargura: a razão em um Jurista, ou Canónico, ou Civil, que não segue a tradição, a qual poderá achar nas suas próprias fonte, é a razão dum porco, que não sabe levantar o focinho da terra, ou que não pode olhar para a cara da gente! Oh! Quanto eu não teria aqui a dizer sobre homens, que tem no vulgo a consideração de Sábios em Direito, e, por não seguirem senão a sua razão, são a vergonha de toda a Jurisprudência! A razão em um Gramático, que não segue senão a sua razão, é a razão dum remendão de sapatos, que deita tombas novas em sapatos velhos, trazendo para o séc. XIX verbos, conjugações, géneros, e pretéritos, que já não tinham uso no séc. I!!!

D. Marcel Lefebvre, Arcebispo de Tule, defensor da Tradição católica na crise pós conciliar.
Seria coisa de nunca acabar; a razão de qualquer homem, que só segue a sua razão com desprezo da tradição, que é o contraste certo de todas as verdades convenientes ao homem, em qualquer matéria que for, em qualquer cargo, exercício, ou teor de vida, é a razão cega; não vê, não distingue, não conhece as verdades, porque lhe falta a luz; está em trevas; se acerta, é por acaso, foi às apalpadelas, e tropeçou em terra firme, devendo ter caído em um cachopo; ele erra de propósito, não pode deixar de errar, porque não pode conhecer que erra à falta de luz, que rompa as trevas; a razão desse homem, que não segue a tradição, seria uma razão inovadora, uma razão discordante, destrutora, e desordenada, por isso mesmo que se não ajustava à tradição, que é o contraste da verdade, a pedra de toque da justiça, o magnete da paz, o íman da Religião. Que é um homem sem tradição? Um bruto sem prisão; ou subjuga-lo, e metê-lo em seguro, ou matá-lo; é um revolucionário; é um díscolo, com quem os homens não podem ter paz; é um rebelde, que fará a guerra a Deus, e a ElRei, ainda que a sua razão admita algumas vezes as ideias necessárias de Deus, e de ElRei, pois que ele as admitiu como por acaso; tropeçou com elas; caiu para ali; mas como a tradição não segura a sua razão, esta se descartará facilmente com qualquer outra impulsão.

(continuação, parte c)

2 comentários:

anónimo disse...

MANUAL DA LIGA ANTI-MAÇÓNICA

https://ascendensblog.blogspot.pt/2011/11/manual-da-liga-anti-maconica-i.html

A obra está toda publicada no blog (há que procurar lateral de busca

anónimo disse...

O mais IMPORTANTE do artigo publicado é a TRADIÇÃO .... o resto é decoração!

TEXTOS ANTERIORES